quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Como a Dislexia e a Disgrafia interferem no processo de leitura e escrita
A leitura e escrita são fundamentais para a aprendizagem e que ambas envolve um processo complexo, como: a linguagem escrita as diversas memórias, a organização motora, assim como também a mental. Podemos dizer também que a leitura e escrita dependem da motivação, maturação neurológica, instrução e prática.
            Aprender a ler não é processo isolado, mas sim complexo, pois envolve diversas áreas do encéfalo. Quando a criança realiza essa atividade, ela processa informações auditivas, visuais, fala concentração, identificação das letras (giro frontal inferior, parietotemporal e occipitotemporal).
            Sabemos que ler e escrever são atividades fundamentais para vida escolar, quando esse processo apresenta alguma falha, devemos ficar atento, pois elas podem ocorrer de diversas maneiras, acompanhadas pedagógico, emocional e principalmente o neurológico.
            Dislexia se caracteriza pelo comprometimento de desenvolvimento de habilidade de palavras e compreensão da leitura (DSM-IV). Diferente do que muitos pensam a dislexia é um distúrbio neurológico que muitas vezes é diagnosticada em pessoas adultas e crianças com potencial intelectual normal.
            A dislexia interfere na escrita e na leitura, existem várias pessoas que são disléxicas e tem uma vida normal, pois o tratamento é educacional (reeducação da linguagem escrita), mas o diagnóstico é clínico.
A Disgrafia está associada ao grafomotora (parte motora da escrita) e crianças com intelectual normal pode apresentar essa dificuldade, pois é um transtorno que atinge somente a escrita, ela é caracterizada das seguintes maneiras: erros de pontuação (excessivo), erros de ortografia e gramaticais. Muitas vezes também rotulada como letra feia, porém ela sozinha pode trazer grandes danos ao processo de leitura e escrita da criança, porque ela vem acompanhada de alguns fatores associados, por exemplo: dificuldades na lateralidade (funções perceptivas motoras), dificuldade extrema na transferência da letra caixa alta para a letra da letra cursiva (manuscrita), dificuldade em pegar o lápis, além disso, existem muitos casos de disgrafia com letras grandes, ou pequenas demais, quando utilizamos diversas maneiras para melhorar a letra da criança, e não obtivemos resultados devem sim ser investigadas as causas.
            Por esse motivo quando uma criança apresenta alguma falha no inicio de sua alfabetização tanto na leitura como na escrita, devemos verificar as origens desse acontecimento, para que não ocorra marginalização ou até mesmo a desmotivação pela busca do conhecimento, pois não podemos esquecer que um dos mais famosos gênios da nossa história Albert Einstein era disléxico, ele sofreu no início de sua vida acadêmica, não vamos cometer esses erros que podem trazer grandes prejuízos para o nosso futuro, vamos refletir se Einstein fosse estimulado desde criança imagina o quanto mais ele teria feito. “Quando leio, somente escuto o que estou lendo e sou incapaz de lembrar da imagem visual da palavra escrita” (Albert Einstein)




A gestação e o afeto, dois contribuintes primordiais para Aprendizagem.
A gestação é o primeiro passo para compreendermos alguns acontecimentos na vida de uma criança. Ela se dá início após a nidação (fixação da célula ovo na parede uterina), isso ocorre no máximo no sétimo dia após o ato sexual (concepção). Também é nesse período que se inicia a formação do Sistema Nervoso (responsável pela aprendizagem), na terceira semana o embrião tem por volta 1,4 mm de indício da formação Sistema nervoso, lembrando que a maioria das mulheres percebe que está grávidas somente após o atraso do ciclo menstrual esse fato acontece depois de quatro semanas. A partir dessa etapa começa o fechamento do tubo neural que no decorrer sofre dilatações e dá origem a formação do encéfalo.
Nos dias atuais médicos obstetras passam para a mamãe tomar o ácido fólico que auxilia o fechamento do tubo neural, na prática auxilia a formação do encéfalo.
            O encéfalo é um conjunto diretamente ligado ao tronco cerebral, sistema límbico, cérebro e cerebelo.
O cérebro é o órgão mais importante para aprendizagem e também o mais bem evoluído do ser humano. Seu peso quando adulto é de 1,3 até1, 6 Kg, e nele que acontece todas as sinapses e por ele que passa todas as etapas da aprendizagem. Ele é constituído de uma massa rica de neurônios e células gliais e dividido em dois grandes hemisférios.
No processo de aprendizagem todo o SNC está envolvido, mas existem pontos fundamentais para a prática pedagógica, como os hemisférios cerebrais que está cem por cento interagindo na aprendizagem. Os hemisférios cerebrais são dois pontos telencefálicos que se desenvolveram formando assim, o Hemisfério Esquerdo e o Direito. Hemisfério Esquerdo está relacionado: cálculos matemáticos, fala escrita, compreensão linguística, relações espaciais qualitativas, leitura e a identificação de objetos, pessoas e animais. Hemisfério Direito e suas funções: compreensão da gramática normativa, reconhecimentos de categorias de objetos e pessoas, prosódia (pronuncia regular das palavras) e compreensão musical. Apesar das nomeações existem várias conexões entre os dois, principalmente de punho pedagógico, exemplo: a linguagem.
Cerebelo: é responsável pelo equilíbrio, postura, coordenação motora, tônus muscular. Ele que é responsável pela escrita, e pode ser três partes: arquicerebelo corresponde ao equilíbrio e os movimentos dos olhos, o paleocerebelo é o tônus muscular, e o neocerebelo que representa o movimento fino e assimétrico.

Afetividade uma palavra tão simples que faz toda a diferença para aprendizagem de uma criança, pois ela interliga todos os aspectos do desenvolvimento infantil, tais como o moral, emocional, físico intelectual e o cognitivo.
É importante refletir sobre a importância da afetividade para o desenvolvimento infantil, uma vez que é fundamental para as relações sociais da criança, pois através dela se manifestam sentimentos que influenciam na socialização, desenvolvimento físico, psicológico e intelectual.

Podemos concluir que a gestação é importante para a formação do SNC de uma criança, é um momento único para mamãe e seu filhinho, por esse motivo deve ser fantástico e desejado além do fator neurológico também temos o emocional.
Saliza Costa Pedroso
   As dificuldades com a Matemática
            A matemática sempre fez parte do nosso cotidiano, na história da humanidade podemos verificar essa trajetória, desde aproximadamente nos 1.650 a.c quando Aahmeru (egípcio) escreveu em torno de 80 problemas matemáticos relacionados com o cotidiano das pessoas da época, o registro desse documento ficou conhecido como papiro AHMES.
            Outro povo que também fez história com o mundo dos números foram os romanos, criando o sistema numérico com as letras do alfabeto, exemplo: X =10.
            Em sequencia temos o povo hindu que desenvolveram o sistema decimal. Em assim por diante vários povos contribuíram para o mundo dos números, os árabes aperfeiçoaram a aritmética que iniciou- se na Índia; os gregos com a trigonometria e geometria; álgebra que iniciou- se com babilônicos, hindus e gregos.
            Os números fazem parte da nossa vida e da história da sociedade, um mundo sem números seria difícil de imaginar.
            Hoje sabemos que muitas crianças, adolescentes e até mesmo os adultos, apresentam dificuldades em relação aos números, isso reflete na disciplina que muitos acreditam ou pensam que é algo inexplicável, a nossa matemática.
            Alguns casos de dificuldade com os números estão relacionados ao emocional, afetivo e também a falta de estímulo, porém outros apresentam dificuldades que vai além do pedagógico e o psicológico, são eles: acalculia e discalculia.
Acalculia é perde de executar raciocínio aritmético assim como também de resolver cálculos, ela é causada por lesões nos hemisférios cerebrais.
Discalculia é um distúrbio neurológico que afeta a nossa relação com os números e os conceitos matemáticos, apresentado dificuldades especificas. Essas aparecem de diversas maneiras: leitura de termos, símbolos, quantidades, números, comparação, compreensão de conceitos matemáticos, execução de cálculos e operações numéricas.
As causas de dificuldade em relação á matemática podem ser:
a) Neurológica, dentro desse quadro podemos classificar: 1) Acalculia e discalculia.
2) Epilepsia,TDAH,disfasia, dislexia, síndrome de Turner,síndrome do x frágil e também outras causas neurológicas.
b) A não neurológica: fatores sociais, emocionais e escolares.
            Porém qualquer que seja a causa da dificuldade deve - se procurar ajuda especializada, nunca tirar conclusões precipitadas.

Saliza Costa Pedroso

terça-feira, 12 de setembro de 2017

A importância da Adaptação Curricular para Crianças que apresentam um quadro de TDAH co- morbidades
Precisamos urgentemente compreender  a importância da adaptação curricular para crianças com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) com suas co- morbidades e isso não é um mentira e nem frescura, é algo muito  sério. Quando uma criança apresenta dois ou mais transtornos comportamentais, utilizamos o termo co-morbidades. Esse acontecimento não é raro em crianças com TDAH (Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade).
O diagnóstico do TDAH é clinico e está baseado no questionário DSM V, e deve ser realizado e diagnosticado somente por psiquiatra, neurologista ou neuropediatra.  Segundo a OMS o TDAH é um m Transtorno que possui algumas características entre elas: a desatenção, a agitação (hiperatividade) e a impulsividade, essas por sua vez podem trazer algumas dificuldades escolares e emocionais,
Segundo OMS o TDAH afeta 5% da população mundial, é algo que deve ser levado muito a sério, não podemos fingir que ele não existe, pois essas crianças necessitam de apoio e compreensão e principalmente do tratamento correto.
Dentro das co- morbidades encontramos: TOD, TC e TT. TOD: Transtorno de oposição e desafio (desafiador), a criança com TOD apresenta restrição a qualquer autoridade, seja pai, mãe, tio, avó e até mesmo o professor. Lembrando nem toda a criança com TDAH tem TOD, o que acontece é uma frequência maior em crianças com TDAH. TOD e TDAH ambos afetam a aprendizagem por diversos motivos, o tratamento TDAH associado ao TOD deve acontecer em dois sentidos: a) Psicoterapia, acompanhamento psicopedagógico e neuropsicológico. b) Utilização de medicamentos, lembrando a medicação só pode ser passada pelo neurologista infantil, os medicamentos mais utilizados são metilfenidato ou risperidona. TC: Transtorno de conduta, é menos frequente que o TOD em crianças com TDAH, porém pode acontecer. As características principais de TC são agressão verbal, física, o comportamento dessa criança desrespeita os direitos básicos das outras. No caso do TC não se utiliza metilfenidato (deve se evitar o máximo possível). Existe uma opção além da psicoterapia para o TC, que é a utilização da medicação Bupropina. TT Transtorno de tiques, considerado movimentos complexos, ou ainda vocais. Nem toda TDAH tem o TT associado, porém deve ser investigado.
             Lembrando que a equipe multidisciplinar é fundamental, pois cada qual desenvolve o seu trabalho, exemplos: neuropsicologia é a ciência que estuda a conexão entre o sistema nervoso e o cognitivo, psiquiatria: faz parte da ciência da medicina que estuda os transtornos mentais, é também o profissional responsável para receitar alguns medicamentos para o tratamento, a musicoterapia auxilia no tratamento de alguns casos de complicação neurológica, psicologia e a pedagogia sempre estiveram no processo de aprendizagem da criança, porém ambas as ciências possuem suas especificações, fonoaudiologia: trabalha com a comunicação oral, como a fala e audição, neurologia é a especialidade da medicina que estuda Sistema Nervoso, psicomotricidade previne e realiza tratamentos que envolvem o desenvolvimento corporal, otorrinolaringologista: é área da medicina que se especializa em ouvido (Oto), nariz (rino) e laringe (laringo).

Cabe lembrar que todas as crianças têm o direito ao tratamento correto, e não podem sofrer nenhum preconceito principalmente em ambiente escolar, vale lembrar que a criação da lei de Inclusão Brasileira aconteceu em 2015 (Lei 13.146/2015), e aqui no Estado do Paraná também temos a DELIBERAÇÃO N.º 02/03, e no artigo Art. 5° As necessidades educacionais especiais são definidas pelos problemas de aprendizagem apresentados pelo aluno, em caráter temporário ou permanente, bem como pelos recursos e apoios que a escola deverá proporcionar objetivando a remoção das barreiras para a aprendizagem. Sendo assim a adaptação curricular deve acontecer, mesmo que muitas vezes não seja uma tarefa fácil, porém devemos parar de achar os porquês e sim realizar um olhar mais diferenciado e humano juntamente com a prática pedagógica.
Saliza Costa Pedroso
Graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Faculdade Doutor Leocádio José Correia (2008). Tem 13 anos  de experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino-Aprendizagem Pós -Graduação Lato Sensu, Especialização em Neuropsicologia e Aprendizagem.
Diversos cursos de extensão na área da Educação, cursando Psicopedagogia Clinica e Institucioanal
http://professorasaliza.blogspot.com.br
Alguns artigos publicados no Portal da Educação entre eles: https://www.portaleducacao.com.br http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/59232/conhecendo-um-pouco-do-tda-h-transtorno-de-deficit-de-atencao-e-hiperatividade.